Quem você gostaria de ser?
Um dia desses, enquanto virava e revirava na cama (ah, minha doce cama. Lugar melhor não há.), me lembrei de quando era criança. De quando o mundo, pra mim, se resumia a desenhar casas tortas no papel e a 'viajar' pra caramba, nos meus desenhos animados.
Me lembro de quantas vezes me perguntaram o que eu gostaria de ser quando crescesse. Eu, assim como você já deve ter feito um trilhão de vezes, dizia e repetia, com o peito estufado, a profissão da vez. Bailarina, "desenhista", advogada, integrante de banda de rock. Nada durou mais do que uma ou duas semanas, eu sei. Mas desistir não valia a pena. Logo eu encontrava outra coisa que eu acreditava ter "nascido pra ser".
Nunca me perguntaram quem. Exatamente! "Quem você quer ser quando crescer, minha filha?" nunca quebrou um silêncio durante os intervalos dos tais desenhos televisivos. Nunca foi motivo para parar, por um minuto, a comilança de Natal ou o papo dos adultos (que eu insistia em presenciar, mesmo que calada no meu canto) na casa da minha tia. Nunca foi pauta nas dinâmicas do tão temido primeiro dia de aula, no jardim de infância.
E agora eu lhe pergunto: quem você quer ser? Não o que, não quando, não por quê. Mas quem. Sim, essa palavra boba de 4 letras que nunca é a protagonista de nada.
Eu também não sei. Bem... Talvez eu saiba sim, e só me falte coragem pra falar. Coragem que eu transbordava aos montes aos 7 anos de idade.
Admitir agora, aos 14, 15, 20, 30 anos, parece bobo, não é? Parece mais uma futilidade nesse mundo fútil. Parece egoísmo olhar pra dentro, quando lá fora, bem agora, seu chefe pode estar precisando de uma mãozinha, seu carro pode ter sido furtado, naquele Lava Rápido meia-boca, do lado do seu trabalho (que você só aceitou contactar porque todos os outros da cidade estão lotados) ou quando não se tem uma "roupa descente" pra bendita Festa da Sua Vida, hoje à noite.
Então deixa eu te contar um segredo. Um segredo que pode mudar a sua vida, nesse exato momento. Vamos lá: não é! Não é egoísmo coisíssima nenhuma. Porque você já é um quem bem agora e nem se deu conta. A diferença é que é um Quem feio, chato e de quem você se esconde, como um medroso que foge daquela barata-ninja -demoníaca-voadora.
Agora eu te pergunto, meu amor, sem julgamentos de si mesmo, sem amigos, sem família, sem "boa moral", sem princípios, sem nada: quem você gostaria de ser?
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